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30/08/2024
PROGRAMA
Para Freud, a morte não tem representação no
inconsciente. Nesse ponto a psicanálise se separa das religiões, pois toda
religião oferece um saber sobre a morte. Já a psicanálise parte do princípio de
que não há nenhum saber sobre a morte, tudo que podemos fazer é buscar
compreender as tramas do morrer. Pensar a questão do suicídio pela psicanálise
exige consequentemente um giro de perspectiva. O suicida se mata ou mata a
imagem de si? No trabalho, nas universidades, na comédia amorosa, nos dramas familiares,
no tribunal permanente da opinião pública, é sempre nossa imagem, ou ego, que
marca presença. É ela que sai de cena.
Nos reconhecemos nessa imagem, nos alienamos a essa
imagem e passamos a denominá-la “eu”. Quem nunca pensou na própria morte, ou no
efeito que causaria no outro se faltasse a ele? Quando desejamos nossa morte,
continuamos a pensar nossa ausência como uma presença para além da morte. Isso
ocorre por sermos seres de linguagem, nossa existência vai além do corpo
biológico – que nos precede e sem o qual não haveria vida. Contudo, como a dor
de existir se aloja nas palavras, vivemos a eterna tensão entre um corpo
biológico perecível (já que este corpo morre), e nosso ser de fala que, entre
outras façanhas, nos separa do reino animal e tem a capacidade de conjugar
verbos no futuro. Por termos um corpo, podemos nos desfazer dele, mas como
seres que falam do futuro somos todos imortais. É na vertigem entre ser e ter
um corpo que vamos tecer a delicada clínica do suicídio. Escritas ou não, todo
suicida tem sua carta. A psicanálise é um esforço de leitura destas cartas.
DIRIGIDO
a
psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da
saúde
HORÁRIO
sexta-feira| 19h às 21h
PREÇO
até o
dia 19/08/24 | R$ 200,00
após o dia 19/08/24 | R$ 230,00